Ta tudo tão parado.
Tão quieto.
Tudo no mesmo lugar.
Tudo quanto é tipo de nada.
Sem a graça dos contos de fada
que mamãe costumava contar.
Sinceramente eu não me entendo,
essa minha personalidade peculiar.
Esse meu comportamento
que é,
ao mesmo tempo,
rebelde e exemplar.
Esse negócio de detestar o tédio
e a agitação.
Essa coisa "sem sal, nem açúcar",
"nem arroz, nem feijão".
Mas hoje é diferente.
É ainda mais evidente
o vazio em meu olhar.
Observando esse tal tudo,
sem nada pra atrapalhar
Continuo aqui sozinho.
Precisando de um gole de vinho.
Brincando com o pulverizador.
Não sei se preciso de frio
ou se prefiro o calor.
Só sei que não quero estar na hora
em que esse meu tédio de agora
se converter em eterna dor.
Rhangel Ribeiro
6 de Junho de 2011